Ele estava com um violão, a ruiva com uma flauta e ela com um pandeiro.
Estavam em torno de um fogueira, cantando canções celtas.
Rindo, ela se movia tal qual as labaredas da fogueira.
A ruiva a seguia, sem perder o ritmo.
Rodopiavam ao som dos instrumentos enquanto ele olhava para elas.
Dava para ver o fogo refletido em seus olhos.
Bebram vinho e se serviram de uvas,
sem perder toda a poesia dos movimentos
(que pareciam ensaiados)
Ele estava recostado numa pedra, observando.
A ruiva trançava os cabelos dela,
enquanto ela brincava com algumas margaridas, fazendo uma tiara.
Ela levantou após a trança ser concluída,
correndo atrás de mais margaridas.
A ruiva ajeitou o vestido,
enquanto ele a observava.
Um cavalo branco ofuscou os olhos dela,
enquanto corria atrás de borboletas multicoloridas.
Um cavalheiro de armadura prateada lhe tirou a concentração.
A ruiva olhou para ele,
que não tirava os olhos dela.
Ele sorriu, ela se levantou, ele foi atrás dela.
O cavalheiro se hipnotizou naquele sorriso.
Tentou toca-la.
Ela fugiu de seu toque, sorrindo.
Estendeu-lhe uma margarida.
A ruiva se deixou ser beijada,
ele segurou sua cintura.
O cavalheiro a segurou pela mão,
Ela o abraçou.
A chuva fina apagou a fogueira,
mas não a dos olhos dele.
Continuou beijando a ruiva, debaixo da chuva.
Ela correu dos pingos de chuva,
o cavalheiro estava nos seus calcanhares.
Debaixo de uma frondosa bétula, a segurou.
A ruiva cessou o beijo,
pegou sua flauta e continuou tocando aquela música,
entorno dele.
Ela cedeu aos calorosos olhos do cavalheiro,
permitindo um contato visual.
Olho no olho.
Lábios nos lábios.
Música na poesia.
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