Ela encarava ele, encarava seus olhos verdes. Aqueles malditos olhos verdes indecifráveis.
Tomou mais uma dose. A cabeça rodava e ela já não enxergava somente aquele ser de olhos verdes. Encarava todos os seus problemas num conjunto.
O senhor-olhos-verdes a beijou. A mente dizia pra ela parar, o coração, pra se deixar levar.
Ela seguiu o coração, mas a mente era mais forte. 'Quem ele pensa que é, pra me virar a cabeça desta forma?'
Ela o empurrou para a parede. Ele a olhou com desejo. Ela sentia o mesmo.
Era um misto de amor e ódio. Não, amor não. Não era amor, era atração. E também não era ódio. Era só raiva. Raiva de se deixar ser usada daquela maneira. De se deixar levar pelo momento, pela atração.
Aquela brincadeira de gato e rato ela sabia aonde ia dar. Aquela coisa de sempre, a mesma desculpa de cada dia. E sempre aquele mesmo vazio que lhe acompanhava.
E não era somente com o senhor-olhos-verdes, era com todos. Ela se deixava ser manipulada sempre, com medo de se tornar sozinha.
Mas a solidão sempre chega, independente da quantidade de pessoas que a rodeiam.
E mais uma vez, ela se deixou levar. 'Será a última', mas ela sabia que não era. Nunca era.
domingo, 27 de março de 2011
La Rousse II
A ruiva estava sentada no banco perto da janela. Vestia uma regata branca e uma calcinha, e mais nada. Acariciava a cabeça de Toulouse enquanto olhava e não via o pôr-do-sol. Estava tentando se isolar.
O sol beijava sua face delicadamente. A maquiagem estava borrada, mas não se importava. Os olhos já estavam secos, ela já estava seca por dentro.
Pernas pararam perto dela, falaram algo. Ela não ouviu, não se importou. Ouviu o baque surdo da porta que tremeu o vidro da janela em que ela se encostava.
Gotas batiam no vidro. A noite já havia chegado e a chuva que estava teimando em não cair durante todo o dia, resolveu mostrar toda a sua força naquela hora.
Um raio cortou o céu e Toulouse saiu correndo do aconchego perto das pernas de sua dona, miando.
Ela deu um sorriso fraco, a tempestade a acalmava.
As luzes se apagaram, de repente. Mais um raio cortou o céu e iluminou o livro que lia. Um grande amigo deu a ela aquele livro, dizendo que ela precisava mais do que ele daquelas palavras.
Ela já tinha lido e re-lido todas aquelas palavras. E sempre compreendeu todas.
Sabia o que significava cada coisa. Mas saber o significado e fazer mudar a situação era bem complicado.
O celular vibrou, ela não atendeu.
E o vazio só crescia...
Ela sentia falta de algo que ela sabia que não valia a pena.
O sol beijava sua face delicadamente. A maquiagem estava borrada, mas não se importava. Os olhos já estavam secos, ela já estava seca por dentro.
Pernas pararam perto dela, falaram algo. Ela não ouviu, não se importou. Ouviu o baque surdo da porta que tremeu o vidro da janela em que ela se encostava.
Gotas batiam no vidro. A noite já havia chegado e a chuva que estava teimando em não cair durante todo o dia, resolveu mostrar toda a sua força naquela hora.
Um raio cortou o céu e Toulouse saiu correndo do aconchego perto das pernas de sua dona, miando.
Ela deu um sorriso fraco, a tempestade a acalmava.
As luzes se apagaram, de repente. Mais um raio cortou o céu e iluminou o livro que lia. Um grande amigo deu a ela aquele livro, dizendo que ela precisava mais do que ele daquelas palavras.
Ela já tinha lido e re-lido todas aquelas palavras. E sempre compreendeu todas.
Sabia o que significava cada coisa. Mas saber o significado e fazer mudar a situação era bem complicado.
O celular vibrou, ela não atendeu.
E o vazio só crescia...
Ela sentia falta de algo que ela sabia que não valia a pena.
sábado, 26 de março de 2011
La Rousse
A ruiva estava deitada na cama pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo.
'Preciso de férias de mim mesma', pensou ela, farta de toda bagunça na sua vida
Se realmente fizesse um balanço na sua vida. teria medo de ver o resultado final.
Levantou-se, caminhou ao banheiro. As marcas vermelhas da noite anterior ainda estavam em suas costas e o gosto do alcool, presente em sua boca. Bagunçou mais um pouco os cabelos, que lhe cobriam os seios e roçavam gentilmente suas costelas.
Continuou andando despida pela casa vazia, se serviu de uma porção de chocolates.
Ligou o som e a voz rouca de Ray Charles invadiu o apartamento. Ignorou as cortinas abertas e se banhou de sol sem se importar com a possível visão de algum vizinho.
Odiava aquela sensação de vazio dentro do peito, aquela dor de vinha do nada, ao mesmo tempo próxima e distante.
A falta de conhecimento do querer a deixava insegura. Por mais que tentava aparentar que nada a deixava para baixo ou que não se importava com opniões alheias, toda aquela situação a chateava.
Contornou os lábios com a mão. Se encarou no espelho. Lá, naquele lugar sagrado, ela estava sem nenhuma armadura, nenhuma máscara, nenhuma maquiagem.
Era o tempo de uma descoberta. Tocou a imagem refletida no espelho. Toulouse roçou suas pernas. Ela se abaixou e fez um carinho no gato da cor da noite.
Ligou a água que caía dentro da banheira e se deixou mergulhar nas suas emoções.
Sentiu as carícias nas costas. Não proferiu nenhuma palavra. Os arranhões arderam e sentiu um puxão nos cabelos da nuca, forçando a cabeça para a direita.
Ela encarou aqueles olhos indecifráveis. Mordeu o lábio. Com a mão molhada, traçou aquele rosto e quebrou o contato visual.
Os cabelos foram puxados com mais força desta vez e o encontro dos lábios foi inevitável. Os olhos indecifráveis sorriu entre o beijo e a ruiva o puxou para dentro d'água pelo braço.
Ele a sentou sobre si com uma facilidade incrivel e mordeu seu pescoço, ainda agarrando os fios.
Pele em contato com pele. Nenhuma palavra proferida, apenas murmuros.
Encaixaram-se. Ela fincou as unhas no ombro dele. Se beijavam, se encaravam. Tentavam se traduzir, cada um no olhar.
A ruiva deixou uma lágrima escapar.
Ele sorriu.
'Preciso de férias de mim mesma', pensou ela, farta de toda bagunça na sua vida
Se realmente fizesse um balanço na sua vida. teria medo de ver o resultado final.
Levantou-se, caminhou ao banheiro. As marcas vermelhas da noite anterior ainda estavam em suas costas e o gosto do alcool, presente em sua boca. Bagunçou mais um pouco os cabelos, que lhe cobriam os seios e roçavam gentilmente suas costelas.
Continuou andando despida pela casa vazia, se serviu de uma porção de chocolates.
Ligou o som e a voz rouca de Ray Charles invadiu o apartamento. Ignorou as cortinas abertas e se banhou de sol sem se importar com a possível visão de algum vizinho.
Odiava aquela sensação de vazio dentro do peito, aquela dor de vinha do nada, ao mesmo tempo próxima e distante.
A falta de conhecimento do querer a deixava insegura. Por mais que tentava aparentar que nada a deixava para baixo ou que não se importava com opniões alheias, toda aquela situação a chateava.
Contornou os lábios com a mão. Se encarou no espelho. Lá, naquele lugar sagrado, ela estava sem nenhuma armadura, nenhuma máscara, nenhuma maquiagem.
Era o tempo de uma descoberta. Tocou a imagem refletida no espelho. Toulouse roçou suas pernas. Ela se abaixou e fez um carinho no gato da cor da noite.
Ligou a água que caía dentro da banheira e se deixou mergulhar nas suas emoções.
Sentiu as carícias nas costas. Não proferiu nenhuma palavra. Os arranhões arderam e sentiu um puxão nos cabelos da nuca, forçando a cabeça para a direita.
Ela encarou aqueles olhos indecifráveis. Mordeu o lábio. Com a mão molhada, traçou aquele rosto e quebrou o contato visual.
Os cabelos foram puxados com mais força desta vez e o encontro dos lábios foi inevitável. Os olhos indecifráveis sorriu entre o beijo e a ruiva o puxou para dentro d'água pelo braço.
Ele a sentou sobre si com uma facilidade incrivel e mordeu seu pescoço, ainda agarrando os fios.
Pele em contato com pele. Nenhuma palavra proferida, apenas murmuros.
Encaixaram-se. Ela fincou as unhas no ombro dele. Se beijavam, se encaravam. Tentavam se traduzir, cada um no olhar.
A ruiva deixou uma lágrima escapar.
Ele sorriu.
Mar
23:45
Estava chovendo pra caramba.
Estava chovendo pra caramba.
Fazia quase um mês que ela não dava notícias. Ele estava preocupado, será que ela resolvera realmente esquecer dele? Não... ela não faria isso, faria?
Acendeu um cigarro. Estava fazendo frio. Estava pensando nela, de novo. Em como ela se irritava com o vento frio cortando sua pele, ou a umidade estragando seu cabelo.
Se jogou na cama e viu na estante aquela caixinha da cor dos olhos dela. Se lembrou da conversa que tiveram sobre anéis, compromisso e presentes. Segundo ela, era babaquice demais usar uma aliança de compromisso, mas ficaria caidinha se um cara lhe desse de presente um anel pra ela. 'Inconstante', pensou ele, lembrando dela.
Já se passava da meia noite e meia, e ele na mesma posição.
Estava esperando ele algum sinal? A campainha tocou e ele nem se mexeu. Ouviu batidas na porta, levantou.
'Você?' Ele perguntou, amargado. Notou o cabelo dela, estava diferente,.
'Surpreso?', desdenhou ela, com aqueles dentes brancos. 'Eu disse que viria. Você que não acreditou.'
Ela não esperou convite pro abraço e ignorou solenemente a fireza daqueles braços.
Os lábios ávidos se encontraram, saciaram a saudade. A porta foi fechada com os pés e num segundo, ele carregou ela pra dentro.
Ela estava molhada e foi como um convite silencioso para suas roupas serem retiradas.
As mãos apressadas deixavam um rastro vermelho na tez alva de ambos e aquele misto de sentimentos culminou na cama.
Ela olhava penetrantemente nos olhos dele, tentando decifra-lo.
E a cada momento que se passava, ele se perdia cada vez mais naquele mar turbulento que estava a sua frente.
Se jogou na cama e viu na estante aquela caixinha da cor dos olhos dela. Se lembrou da conversa que tiveram sobre anéis, compromisso e presentes. Segundo ela, era babaquice demais usar uma aliança de compromisso, mas ficaria caidinha se um cara lhe desse de presente um anel pra ela. 'Inconstante', pensou ele, lembrando dela.
Já se passava da meia noite e meia, e ele na mesma posição.
Estava esperando ele algum sinal? A campainha tocou e ele nem se mexeu. Ouviu batidas na porta, levantou.
'Você?' Ele perguntou, amargado. Notou o cabelo dela, estava diferente,.
'Surpreso?', desdenhou ela, com aqueles dentes brancos. 'Eu disse que viria. Você que não acreditou.'
Ela não esperou convite pro abraço e ignorou solenemente a fireza daqueles braços.
Os lábios ávidos se encontraram, saciaram a saudade. A porta foi fechada com os pés e num segundo, ele carregou ela pra dentro.
Ela estava molhada e foi como um convite silencioso para suas roupas serem retiradas.
As mãos apressadas deixavam um rastro vermelho na tez alva de ambos e aquele misto de sentimentos culminou na cama.
Ela olhava penetrantemente nos olhos dele, tentando decifra-lo.
E a cada momento que se passava, ele se perdia cada vez mais naquele mar turbulento que estava a sua frente.
quarta-feira, 16 de março de 2011
TABACARIA
- Álvaro de Campos, 15-1-1928
terça-feira, 15 de março de 2011
Perfume Achado
E me deparei com sua beleza
Este seu lindo sorriso que
completa com seus olhos de esmeralda
Quero roubar a noite e te dar de presente
Pois voce é toda preciosidade.
Márcio Almeida
Este seu lindo sorriso que
completa com seus olhos de esmeralda
Quero roubar a noite e te dar de presente
Pois voce é toda preciosidade.
Márcio Almeida
quinta-feira, 10 de março de 2011
Leprechaun.
Um carinha baixinho e peludo certa vez me disse...
" Desastrada, manhosa, insegura, essa tatuagem não foi feita para qualquer uma, meu amigo um conselho vou te dar, não adianta o caminho que escolher ele te levara sempre ao mesmo lugar sempre a mesma garota, meu colega essa é a guria da sua vida! "
Agora mais do que nunca corro atras do que eu quero, sempre quiz sempre te amei e você sabe.
Gizele Te amo!
_____________________________________________________________
Ally.
" Desastrada, manhosa, insegura, essa tatuagem não foi feita para qualquer uma, meu amigo um conselho vou te dar, não adianta o caminho que escolher ele te levara sempre ao mesmo lugar sempre a mesma garota, meu colega essa é a guria da sua vida! "
Agora mais do que nunca corro atras do que eu quero, sempre quiz sempre te amei e você sabe.
Gizele Te amo!
_____________________________________________________________
Ally.
Plundered My Soul
Plundered My Soul Rolling Stones
Can you believe it
I've won no medals
In this love game
I've been resting on my laurels
I'm a bad loser
I'm a yard off my pace
I smell rubber
And I soon discover
That you're gone for good
My indiscretions
Made a bad impression
Guess I was misunderstood
I thought you needed my lovin'
But it's my heart that you stole
I thought you wanted my money
But you plundered my soul
(Plundered my soul)
I started askin' around
But your friends'
Pretty lips were sealed
I wrote a letter
Full of trite confessions
About wounds that heal
I heard some gossip
You'd become an alcoholic
You were dryin' out
So I phoned every clinic
In the Yellow Pages
Not a trace I found
I thought you needed my lovin'
But it's my heart that you stole
I thought you wanted my money
But you plundered my soul
(Plundered my soul)
I hate quittin'
But I'm close to admittin'
I'm a sorry case
But on quiet reflection
My sad rejection's
Not a total disgrace
But I do miss your quick repartee
And the smile
That lights up your face
You'll be a hard act to follow
A bitter pill to swallow
You'll be tough you'll be tough to replace
I thought you wanted my lovin'
But it's my heart that you stole
You were a trick up my sleeve
My ace in the hole
I thought you wanted my money
But you plundered my soul
Oh plundered my soul
Oh yeah (plundered my soul)
You plundered my soul
Yeah yeah (plundered my soul)
Oh yes yes yes you baby
(Plundered my soul)
http://www.vagalume.com.br/the-rolling-stones/plundered-my-soul.html#ixzz1GD8qfBEu
Can you believe it
I've won no medals
In this love game
I've been resting on my laurels
I'm a bad loser
I'm a yard off my pace
I smell rubber
And I soon discover
That you're gone for good
My indiscretions
Made a bad impression
Guess I was misunderstood
I thought you needed my lovin'
But it's my heart that you stole
I thought you wanted my money
But you plundered my soul
(Plundered my soul)
I started askin' around
But your friends'
Pretty lips were sealed
I wrote a letter
Full of trite confessions
About wounds that heal
I heard some gossip
You'd become an alcoholic
You were dryin' out
So I phoned every clinic
In the Yellow Pages
Not a trace I found
I thought you needed my lovin'
But it's my heart that you stole
I thought you wanted my money
But you plundered my soul
(Plundered my soul)
I hate quittin'
But I'm close to admittin'
I'm a sorry case
But on quiet reflection
My sad rejection's
Not a total disgrace
But I do miss your quick repartee
And the smile
That lights up your face
You'll be a hard act to follow
A bitter pill to swallow
You'll be tough you'll be tough to replace
I thought you wanted my lovin'
But it's my heart that you stole
You were a trick up my sleeve
My ace in the hole
I thought you wanted my money
But you plundered my soul
Oh plundered my soul
Oh yeah (plundered my soul)
You plundered my soul
Yeah yeah (plundered my soul)
Oh yes yes yes you baby
(Plundered my soul)
http://www.vagalume.com.br/the-rolling-stones/plundered-my-soul.html#ixzz1GD8qfBEu
Alto
Ele estava tão alterado que não reconheceu o fogo queimando nos olhos dela. Ela sussurrou um "adeus" e partiu novamente, para pegar o avião. Ele, que estava jogado na poltrona, trajando apenas um jeans, ficou observando ela partir estalando o chão de madeira com os saltos de seus sapatos.
Minutos após a saída, ele se levantou passando a mão na cabeça e se dirigia até o quarto. A cama ainda estava desarrumada e e o perfume dela ainda permanecia naquele recinto. De olhos fechados, ele foi para o banheiro com uma toalha nas costas. Como ele fazia isso com ele mesmo? Não era sofrimento demais para seu coração?
Se despiu e deixou que a água quente escorresse da cabeça para as costas. Sentiu um pequeno ardor abaixo do ombro esquerdo e se lembrou das unhas dela. Unhas vermelhas afiadas, porém não muito compridas.
Sorriu de lado e mergulhou nas lembranças de mais uma noite com ela.
Ela estava com o coração partido quando saiu pela porta, mais uma vez. Aquele corredor de madeira, tão conhecido por ela, aquele barulho das rodinhas e o tic tic do salto batendo no assoalho.
Partiu com lágrimas nos olhos. Secretamente, desejava que ele abrisse a porta, tomasse uma atitude e a tomasse pra ele. Mas sabia que ele não faria isso. Ele estava compenetrado demais se matando aos poucos e não percebia que estava carregando ela pro buraco denovo.
Porque era tão difícil se desprender daquele amor? Ela o amava demais. Continuou o caminho, devagar.
Ele sabia que era cada vez mais difícil ficar sem ela. Tudo lembrava sua amada, o cheiro de gengibre na fronha branca, os brincos de pérola que ela havia esquecido na cabeceira da cama ...
Os dias que passava sem ela por perto acabavam com ele. Procurava saída em entorpecentes, a fim de aliviar a dor que carregava em seu peito.
Se ele corresse, ainda daria tempo de chegar antes do avião partir. Se o avião não partisse, faria de tudo para que ela permanecesse mais um tempo com ele. Pelo menos tentaria!
Colocou a calça e apanhou uma camiseta, pegou as chaves do carro e seguiu para o corredor. Tomaria uma atitude, a única coisa que fazia sentido pra ele nos últimos tempos estava partindo e algo dizia a ele que se ele não correce atrás agora, a perderia para sempre.
Uma lágrima correu dos olhos pela buchecha. Rapidamente ela a limpou. Pra que criar esperanças? Já estava dentro do táxi e ele não iria atrás dela.
Nunca percorreu o corredor tão devagar, na vã esperança de que ele abriria a porta, a tomaria nos braços e impediria de voltar para casa.
O táxi estava para partir, o motorista estava trocando o pneu, que havia furado na porta do prédio dele.
Ele vestiu a camiseta no elevador, e correu para a garagem. Deu partida no carro e esperou o portão abrir. Tinha algum idiota bloqueando a passagem, trocando um pneu. Businou, irritado. Não sabia que poderia estar perdendo o amor da sua vista, naquele exato momento?
Saiu do carro, batendo a porta com força. Ia começar a discutir com o cara quando viu quem estava dentro do taxi. Deixo o motorista falando sozinho e foi até o táxi, abriu a porta.
Ela se assustou com a porta se abrindo daquela forma. Olhou e ficou com com os olhos cheios de lágrimas.
Ele não falou nada, colocou a mão no pescoço dela e aproximou os lábios dos dela.
Se beijaram como da primeira vez. Lágrimas escorreram pelos olhos dela.
-Vem! Não vá embora nunca mais. Nunca me deixe. - Pediu ele, olhando nos olhos dela. - Você é tudo que eu tenho !
Folha de Papel
Dobra-me,
faça de mim um barco
para navegar em seu olhar
e naufragar.
Dobra-me,
faça de mim um tsuru
para te trazer sorte
e poder voar pra longe,
pra perto de você.
E no fim,
desdobra-me.
Amasse-me,
assim eu volto ao nada
que sou.
faça de mim um barco
para navegar em seu olhar
e naufragar.
Dobra-me,
faça de mim um tsuru
para te trazer sorte
e poder voar pra longe,
pra perto de você.
E no fim,
desdobra-me.
Amasse-me,
assim eu volto ao nada
que sou.
Relacionamentos, 'Do amor'.
“(...) Relacionamentos são laços invisíveis, quase sempre emaranhados e complicadíssimos. Claro, o principal ingrediente é “gente”(coisa complicada, naturalmente). Porque, como se sabe, nossa humanidade, desde a criação, já veio atrapalhada. Ora, se nem Eva nem Adão souberam dominar os próprios sentimentos, o que dizer de nós, meros herdeiros do mistério.
Vacilamos: amamos demais, amamos de menos, amamos ao contrário, amamos pra dentro, amamos com raiva ou amamos sofrendo. Ou, melhor dizendo, amamos da maneira que sabemos (e podemos). Por isso, não raso, romances se acabam, amigos se separam, pais abandonam seus filhos e estes, em última instância, os culpam pelos seus próprios relacionamentos falidos.
Ah, o amor (e seus percalços)!
Quanta gente nunca soube dizer eu te amo, mesmo sentindo no peito a vontade esburrando; e quantos já não gastaram estas palavras mesmo quando por dentro não sentiam absolutamente nada.
Certos ou errados, inteligentes ou atrapalhados, naturais ou esforçados, fortes ou fracos – somos quem somos e amamos da mesma forma que estiver ao nosso alcance.
(...)
Fato. Especialmente no quesito relacionamento, somos amadores, confusos, medrosos, culpados, exagerados e desordenados. Porque (não tem jeito): saber amar a si mesmo, o outro, ou nossos pais e amigos deveria ser fácil, mas na prática, acaba sendo um exercício – (que, não raro, demanda tempo, dedicação, compreensão, paciência, confiança e generosidade).
(...)
Mas, para evitar o esforço desnecessário, uma única simples verdade deveria sim ser ensinada na escola (e exercitada por todos – a todo custo e de qualquer maneira):
- Amar é deixar que o outro seja [simplesmente, aquilo que ele é]. “
{Trecho retirado da revista AG, da autoria de Maria Sanz Martins}
Vacilamos: amamos demais, amamos de menos, amamos ao contrário, amamos pra dentro, amamos com raiva ou amamos sofrendo. Ou, melhor dizendo, amamos da maneira que sabemos (e podemos). Por isso, não raso, romances se acabam, amigos se separam, pais abandonam seus filhos e estes, em última instância, os culpam pelos seus próprios relacionamentos falidos.
Ah, o amor (e seus percalços)!
Quanta gente nunca soube dizer eu te amo, mesmo sentindo no peito a vontade esburrando; e quantos já não gastaram estas palavras mesmo quando por dentro não sentiam absolutamente nada.
Certos ou errados, inteligentes ou atrapalhados, naturais ou esforçados, fortes ou fracos – somos quem somos e amamos da mesma forma que estiver ao nosso alcance.
(...)
Fato. Especialmente no quesito relacionamento, somos amadores, confusos, medrosos, culpados, exagerados e desordenados. Porque (não tem jeito): saber amar a si mesmo, o outro, ou nossos pais e amigos deveria ser fácil, mas na prática, acaba sendo um exercício – (que, não raro, demanda tempo, dedicação, compreensão, paciência, confiança e generosidade).
(...)
Mas, para evitar o esforço desnecessário, uma única simples verdade deveria sim ser ensinada na escola (e exercitada por todos – a todo custo e de qualquer maneira):
- Amar é deixar que o outro seja [simplesmente, aquilo que ele é]. “
{Trecho retirado da revista AG, da autoria de Maria Sanz Martins}
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pensamentos
quarta-feira, 9 de março de 2011
Em Nome De Deus Sérgio Sampaio
Eu nunca pensei que pudesse querer
Alguma mulher como quero você
Se o mago soubesse
Juntasse o meu nome em S
Ao seu nome em C
Nas cartas de todo tarot que houver
Em todo o I-Ching eu podia não crer
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Não dá pra não ver
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Você que se esconda, que eu vou procurar
Você nem se iluda, que eu vou lhe encontrar
Você pode ir e sair e sumir por aí
Que não vai se ocultar
Eu vejo seu rastro onde ninguém mais vê
Eu pego carona até no Challenger
E vou nos anéis de Saturno buscar por você
E vou nos anéis de Saturno
Sem ser João Batista, você batizou
Meu corpo na crista das ondas do mar
E aí me abriu feito ostra
E colheu minha pérola pra Yemanjá
Agora que estou à mercê de sua luz
Em nome das águas lá de Bom Jesus
Em nome de Deus, me carregue
Me pregue em sua cruz
Em nome de Deus, me carregue
http://www.vagalume.com.br/sergio-sampaio/em-nome-de-deus.html#ixzz1GA1iKKnG
Eu nunca pensei que pudesse querer
Alguma mulher como quero você
Se o mago soubesse
Juntasse o meu nome em S
Ao seu nome em C
Nas cartas de todo tarot que houver
Em todo o I-Ching eu podia não crer
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Não dá pra não ver
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Você que se esconda, que eu vou procurar
Você nem se iluda, que eu vou lhe encontrar
Você pode ir e sair e sumir por aí
Que não vai se ocultar
Eu vejo seu rastro onde ninguém mais vê
Eu pego carona até no Challenger
E vou nos anéis de Saturno buscar por você
E vou nos anéis de Saturno
Sem ser João Batista, você batizou
Meu corpo na crista das ondas do mar
E aí me abriu feito ostra
E colheu minha pérola pra Yemanjá
Agora que estou à mercê de sua luz
Em nome das águas lá de Bom Jesus
Em nome de Deus, me carregue
Me pregue em sua cruz
Em nome de Deus, me carregue
http://www.vagalume.com.br/sergio-sampaio/em-nome-de-deus.html#ixzz1GA1iKKnG
Cara ou Coroa
Gostaria que nada na vida fosse relativo
seria tudo preto no branco
não haveria falsas esperanças
ou falsos carismas
Tá certo que num jogo de par ou ímpar
você tem 50% de chances pra bom ou ruim
mas pelo menos você vai saber o que esperar
A relatividade me irrita
as probabilidades me entristecem
e nessa loucura toda,
a única certeza que temos é que a vida é uma roda de moinho
Nunca pára, nunca volta atrás.
A gente vai conforme a maré,
a gente aceita.
e continua o caminho.
seria tudo preto no branco
não haveria falsas esperanças
ou falsos carismas
Tá certo que num jogo de par ou ímpar
você tem 50% de chances pra bom ou ruim
mas pelo menos você vai saber o que esperar
A relatividade me irrita
as probabilidades me entristecem
e nessa loucura toda,
a única certeza que temos é que a vida é uma roda de moinho
Nunca pára, nunca volta atrás.
A gente vai conforme a maré,
a gente aceita.
e continua o caminho.
Questão de ser
A chuva caía lá fora e ensopava o chão de terra, criando várias poças de lama. Dentro da casa se ouvia o som alegre do riso dela, resultado das inúmeras cócegas que ele aplicava em suas costelas.
'Eu te amo' disse ele, de repente, olhando-a nos olhos.
'Eu sei, mas você não devia', respondeu, delicadamente, acariciando o rosto dele.
'E eu continuo te amando.', retrucou ele. 'Vai fazer o que, ein?'
'Você me ama por eu ser extremamente diferente de todas as outras, mocinho. Por eu ser aparentemente uma coisa e por dentro, ser outra por dentro já é um bom motivo... Mas principalmente por que você nunca me encontrará em outra garota.' disse ela, sorrindo com os olhos e se espreguiçando entre os braços dele.
Por alguns segundos ele perdeu a fala, ficou só observando. Aquela pequena criatura tinha razão. E ele já havia tentado isso e não havia conseguido.
Observou seu pescoço alongado, seus ossos da clavícula, suas pequenas pintas, sua pele branca que avermelhava pelo simples toque de suas mãos.
'Você é uma criatura irritante, sabia?'
'Faço questão de ser, especialmente pra algumas pessoas.' Completou ela, divertida.
'Eu te amo' disse ele, de repente, olhando-a nos olhos.
'Eu sei, mas você não devia', respondeu, delicadamente, acariciando o rosto dele.
'E eu continuo te amando.', retrucou ele. 'Vai fazer o que, ein?'
'Você me ama por eu ser extremamente diferente de todas as outras, mocinho. Por eu ser aparentemente uma coisa e por dentro, ser outra por dentro já é um bom motivo... Mas principalmente por que você nunca me encontrará em outra garota.' disse ela, sorrindo com os olhos e se espreguiçando entre os braços dele.
Por alguns segundos ele perdeu a fala, ficou só observando. Aquela pequena criatura tinha razão. E ele já havia tentado isso e não havia conseguido.
Observou seu pescoço alongado, seus ossos da clavícula, suas pequenas pintas, sua pele branca que avermelhava pelo simples toque de suas mãos.
'Você é uma criatura irritante, sabia?'
'Faço questão de ser, especialmente pra algumas pessoas.' Completou ela, divertida.
quinta-feira, 3 de março de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
Roubado
Ele esperava-a, encostado naquela velha árvore e portando um pequeno lírio na mão direita.
Ela estava distraída ouvindo música e nem percebeu que ele estava lá.
Oi, disse ele, tirando-a de seus devaneios.
Ela sorriu em resposta, retirou os fones e olhou bem nos olhos dele. 'O que cê tá fazendo aqui?', perguntou ela, ainda sorrindo.
'Queria falar com você, pedir desculpas...', começou ele, com os olhos tristes. 'Sinto sua falta'.
Aquilo a atingiu. Ele sentia mesmo a sua falta ou sentia falta de estar com alguma pessoa?
Ela pegou o lírio da mão dele, gostando e ignorando o fato dele ter provavelmente roubado aquela flor do canteiro da praça ao lado.
Pegou no queixo dele com uma mão e marcou os lábios dele com o carmim do dela. 'Quando descobrir do que realmente sente falta, a gente conversa sério.'
Ele ficou sem ação.
Ela entrou no prédio e sorriu, cheirando o lírio.
Ela estava distraída ouvindo música e nem percebeu que ele estava lá.
Oi, disse ele, tirando-a de seus devaneios.
Ela sorriu em resposta, retirou os fones e olhou bem nos olhos dele. 'O que cê tá fazendo aqui?', perguntou ela, ainda sorrindo.
'Queria falar com você, pedir desculpas...', começou ele, com os olhos tristes. 'Sinto sua falta'.
Aquilo a atingiu. Ele sentia mesmo a sua falta ou sentia falta de estar com alguma pessoa?
Ela pegou o lírio da mão dele, gostando e ignorando o fato dele ter provavelmente roubado aquela flor do canteiro da praça ao lado.
Pegou no queixo dele com uma mão e marcou os lábios dele com o carmim do dela. 'Quando descobrir do que realmente sente falta, a gente conversa sério.'
Ele ficou sem ação.
Ela entrou no prédio e sorriu, cheirando o lírio.
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