quarta-feira, 30 de junho de 2010

Me abraçe forte, deite-se aqui do meu lado.
Vamos ficar juntos até o sol desaparecer,
e com ele, levar toda a nossa insegurança.

Deixe-me ser aquela pessoa que irá te chamar de 'baby'
e me aninhar em seus braços
murmurando canções de amor.

Quero que você derreta em meus olhos,
esqueça todos os problemas,
perca seu passado e esqueça de seu futuro,
e passe os melhores momentos em minha compania.

Falaremos de nossos planos,
ninguém irá nos impedir de voar.
O que é nosso,
ninguém tirará.

terça-feira, 29 de junho de 2010

First Date

Estava nervoso, sua mão suava e tremia. Resolveu coloca-la dentro dos bolsos da calça jeans. Se olhou no espelho do elevador. Estava tudo perfeito, os tênis limpos, calçajeans sem rasgos ou correntes e uma camiseta de malha verde com alguma estampa, nada chamativa e um boné virado para trás, cobrindo o “moicano comportado”. Pensou em comprar algumas flores para entregar à sogra, mas achou melhor não. Talvez aquelas flores seriam para seu enterro.
O elevador parou no andar desejado e ele seguiu para a porta de madeira clara. Com a mão ainda trêmula, tocou a campainha e secretamente rezou para que fosse Lívia que atendesse, e não Carolina, sua sogra.
Quem atendeu foi Isadora, a irmã de Lívia. Sorriu para ele e o mandou entrar.
O apartamento era bem clean, claro e organizada o. Na sala, Jorge lia o jornal.
- Lívia, o Bruno chegou! – Gritou Isadora, não para avisar à sua irmã e sim, aos seus pais. Bruno pensou em várias maneiras limpas de torcer o pescoço daquela garotinha mas achou melhor só sorrir amarelo para seu sogro, que agora olhava fixamente para ele.
Engoliu em seco e foi cumprimentá-lo. Jorge o cumprimentou com a cabeça e olhou para o sofá na frente dele, um convite mudo para se sentar lá. Bruno entendeu o recado e se sentou lá, para esperar por Lívia.
Naquela fatídica hora, seu celular começou a tocar uma música do Cachorro Grande. Amaldiçoou a hora que havia esquecido de desligar o celular, ou pelo menos colocá-lo no silencioso. Rapidamente desligou a chamada, que era da sua madrasta, com medo de ter perdido mais alguns pontos com seus sogros, mas acabou sorrindo quando viu Jorge balançando a cabeça no ritmo da música.
Lívia entrou na sala usando um vestido claro e com os cabelos soltos. O sorriso de Bruno aumentou mais ainda e só foi quebrado pela figura ruiva atrás dela. Carolina.
Novamente engoliu em seco e se levantou. Lívia sorriu para ele, como se dissesse “está tudo bem, relaxa”.
Relaxar? Como relaxar, se previa sua morte em poucos segundos?
Chegou mais perto de Carolina, e se lembrando da mensagem que havia enviado à Lívia alguns meses atrás, sorriu e disse:
- Prazer, meu nome é Bruno.
Carolina olhou para Lívia, que estava rindo da situação e respirou fundo. Resolveu dar uma chance ao garoto.
- Prazer, Bruno. Agora, posso saber aonde pretende levar minha filha depois do almoço?
Bruno se tranqüilizou um pouco, pelo menos durante algum tempo.
Desceram juntos pelo elevador, ele e a família da namorada. Situação mais desagradável, impossível. Lívia estava vermelha e com vontade de rir, sinal que também estava nervosa. Atravessaram a rua e chegaram ao restaurante de frutos do mar, onde almoçariam. Será que eles sabiam que ele era vegetariano?
Respondeu tentando parecer o mais tranqüilo possível à cada pergunta do casal e de Isadora. De vez em quando olhava pra Lívia, que às vezes parecia não acreditar que aquilo era verdade.
Mais tarde, após o almoço, quando ele e Lívia estavam sozinhos conversando, ele perguntou à ela o que a sua família achou dele.
Sorrindo, Lívia respondeu:
- Minha mãe não te matou. Isso é um bom sinal. Mas você fez um bom trabalho também... escondeu a tattoo, não que meus pais não gostem de tatuagens, mas não era hora pra isso, e quanto ao cabelo, foi ótimo o boné. É, acho que você está aprovado. Obrigado por isso. Por tudo isso.
Bruno sorriu, dizendo:
- Fazer o que, estou completamente apaixonado. Faço tudo por você.

All of This

-Me use, Holly, venha, me use. – foram as palavras que sairam da boca daquela garota. Ela possuía olhos úmidos – você sabe aonde isso tudo vai dar. – Estava ajoelhada, com a cabeça no colo de Holly.
Havia chorado a quantidade que havia bebido. Ainda carregava uma garrafa de vidro branco na mão esquerda e a alça esquerda da blusa e do sutiã estavam caídas.
Holly estava sentada na cama, de calça jeans e camiseta observando a cena. Era a primeira vez que vira Ann daquela maneira, tão diferente de quando a havia conhecido.
Passou a mão na cabeça dela, acariciando seus cabelos. Suspirou.
Ann havia bebido demais, isso era um fato. Holly qua a havia incentivado isso à ela, para se soltar um pouco mais.
Mas bebida demais tem lá suas conseqüências, e Ann desabafou, fazendo exatamente aquilo que Holly queria. Soltou tudo que estava preso em seu coração, fazendo de Holly sua confidente. Desabafou seus problemas em casa e de seus amores; seus desejos e suas inseguranças, enfim, contou-lhe tudo.
Ann levantou a cabeça e olhou para Holly. Os olhos azuis como miozotes atravessaram os olhos negros de Holly. Ann se levantou.
Jogou a garrafa no chão, derramando o resto da bebida esverdeada. Holly a encarou e Ann avançou pra cima de Holly
- Sei que você quer. – Disse, encostando os lábios nos dela.
- Ann, para com isso – Respondeu Holly, a segurando pelos ombros.
- Shii. Just.. use me. – Ann insistiu e a beijou, aprofundando.
Holly se deixou levar; afinal, era isso na verdade que sempre sonhara, desde o dia que a tinha visto pela primeira vez.
Levantou a blusa de Ann passando a mão pelas costelas dela, deitando na cama.
Holly percebeu que Ann chorava e parou as carícias, mas Ann continuou insistindo.
- Para, Ann. Você não é assim. Se for pra rolar, não farei dessa forma.
Ann comessou a chorar compulsoriamente. O que estava fazendo, afinal? Se encolheu na cama e Holly, preocupada, a abraçou.
- Shii... Chore. Faz bem.
- Desculpa...
Holly suspirou. Precisava fazer uma ligação. Ann chorou até dormir e Holly se aproveitou da situação para sair e resolver aquele assunto.
Riu para o celular na sua mão. Era a cara de Ann, rosa com coelinhos estampados. Que mulher com 21 anos usava um celular rosa com coelinhos estampados?
Achou o número que desejava e ligou.
- ANN! Graças a Deus! Onde você está, amor? – Uma voz masculina pronunciou do outro lado da linha
- Aqui não é a Ann, é a Holly. Bryson, certo? Olha, ela ta aqui comigo. Só que temos que conversar.

A festa já havia acabado quando terminaram a conversa. Bryson chegou alguns minutos depois do sol nascer naquela casa e viu Holly.
- Ela ta lá em cima. Ta dormindo ainda, foi uma grande noite pra ela. Sinceramente, sei que a perdi pra você, mas procura não magoa-la denovo. Da próxima vez, não pensarei duas vezes pra tê-la.
- Eu sei. Obrigado por isso.
- Não me agradeça.

Bryson subiu as escadas e viu Ann deitada na cama. A maquiagem estava borrada, sinal que havia chorado e muito. Se sentiu mais culpado ainda.
- Holly... ?
- Hey...
- Como me encontrou aqui?
- Holly. Desculpe-me. – Bryson a abraçou. Ann chorou. Holly, da porta, percebeu que havia perdido sua única chance de ficar com ela.
Saiu de fininho e fechou a porta. Ao descer das escadas, Pete e Julia encontraram com ela. Estavam fumando e ofereceram um cigarro à ela.
- Preciso de algo mais forte – disse, rindo. Seu celular vibrou e recebeu uma mensagem de texto de Ann : obr por tudo. Te amo, Holly.
Sorriu. Realmente, aquela garota era tudo que ela queria.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Saudade

Batucada nas costas, desenhos nas mesas, sorrisos.
Brigas, discursos maçantes, desculpas.
Recados, bilhetes, corações.
Olhos, janelas da alma
Às vezes úmidos, às vezes radiantes.

Grama, calor, sol.
Capuccinos, pânico, amores impossíveis.
Lágrimas (por que não?).
Billie's, Strokes, Pink's.
Palavras não ditas, palavras escritas, palavras esquecidas.

Cores, sabores, ilusões
Vodka e coca-cola,
Segredos revelados.

Livros, beijos
desilusões, saudades
partidas e chegadas

O que sobrou foram fotos
Meras imagens que não se movem,





não remontam o passado,


não trazem de volta aquela alegria.

























Brilhantismo

A vida é algo impressionante, brilhante. Eu estava embreagado, mas sabia que aquela visão não era culpa da vodka.
Eram 8:00h da manha, e o metrô de Londres estava abarrotado. Hora do rush, pessoas tentando desesperadamente entrar naqueles transportes, preocupados com o horário. Eu era um dos poucos que não estava; na verdade, pouco me lixava de estar em qualquer lugar no horário.
Era quase dezembro e o comércio estava preparado para o natal, época mais fútil, impossível. Quando eu estava observando a precária decoração na estação, vi um lindo par de olhos extremamente impossíveis de se esquecer. Eram azuis, quase brancos, parecidos com pedras de gelo, mas nem um pouco frios.
Tinha os cabelos curtos,pretos. A pele branca com as maçãs do rosto levemente rosadas, culpa talvez do frio de -5 que fazia lá fora. Fui enfeitiçado. Eu estava apaixonado.
Ela era linda, delicada. Era um anjo vestindo calças jeans e casacos Gap, com um cachecol roxo e um sorriso ingênuo.
De repente nossos olhares se cruzaram. Naquela hora desejei que não tivesse aceitado o convite do meu colega pra virar a noite bebendo e possuir uma aparência menos bêbada. Mas ela não se importou com meus cabelos alvoroçados, ou minha cara amassada. Me presenteou com um belo sorriso, ainda mais belo do que ela carregava anteriormente, quando era apenas uma peça do meu estudo.
Mas ela entrou no metrô e eu a perdi de vista. Perdi meu pequeno anjo.
Queria ter ido falar com ela, ter a conhecido melhor. Mas ela estava acompanhada, por alguém que era mais o seu tipo. Ela nunca ficaria com alguém como eu. Recoloquei os fones nos ouvidos e me dirigi à saída, jogando o capuz da jaqueta sob a cabeça, para me proteger da chuva de pequenas bolinhas de neve extremamente geladas que caíam do céu.
Sorri ao lembrar daquele sorriso daquele pequeno anjo, que me encantou.
Mas a vida é injusta, apesar de ser bela. Nunca mais encontrarei com ela, nem saberei seu nome. Mas nunca me esquecerei do seu sorriso que iluminou meu dia.