quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O essencial é invisível aos olhos*

A noite já dominava a rua e a lua alta refletia seus raios pela janela.
O tênis vermelho estava jogado num canto e Sofia lia o exemplar de capa preta sendo iluminada pela lua.
- Chega a ser apaixonante te ver assim, desta forma. - Falou Edgar, olhando fixamente para ela, passando a mão pelos longos cabelos negros da amada. - Sendo iluminada pela lua.
Ela sorriu e respondeu-lhe:
- E não tem nada a ver com o fato de eu estar usando somente uma camiseta sua, não?
- Isso são apenas detalhes, querida. Apenas... detalhes. - Sorriu.
Sofia leu mais algumas páginas, mas logo abandonou o livro com os óculos encima, no chão. Edgar continuava olhando para ela, fixamente.
Logo no começo, ela ficava envergonhada com tanta fixação, mas agora já havia se acostumado. Se levantou da cama e puxou os cabelos para preparar um coque. Logo sentiu o hálito dele batendo em sua nuca e as palavras sopradas em seu ouvido, demonstrando o quanto ele a amava.
Ela se virou para ele, a voz suave de Meaghan ressoava baixinho. Se embalaram na suave melodia.
- Edgar... tenho que ir. - Disse, entre sorrisos, Sofia.
- Já disse o quanto adoro quando diz o meu nome? Você solta pequenos sorrisos de satisfação e alegria quando pronuncia essa palavra.
De ponta de pé, Sofia fez contato visual e sorriu, animada. Deu um beijo singelo, um simples roçar de lábios em meio ao sorriso abobalhado que marcava os lábios dele.
- Você me cativou, querido. Agora é eternamente responsável. **
- Você sabe que é uma responsabilidade recíproca, minha linda. - A abraço, como se algo pudesse tira-la de seus braços a qualquer momento.
- Eu te amo, sr. Chato de Galochas. Você é essencial para mim. - Brincou ela, com o nariz esmagado no peito dele.
- Eu sei. Eu também te amo, garota-com-cheiro-de-fruta. - Sorriu, a abraçou um pouco mais, mas depois a soltou. Sabia que ela voltaria para ele, sempre.


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* Saint-Exupêry, O pequeno Príncipe.
** Alusão à frase de Saint-Exupêry "Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas", publicada no livro O pequeno Príncipe.

domingo, 26 de setembro de 2010

Futuro

À mim, não pertence.
Londres, Paris, Melbourn.
Ou aqui, olhando o verde-azul,
rindo do sorriso
e tomando sorvete contigo.

Presente

Um abandona,
outro ama.
Um entristece
e outro pergunta.
Um apóia,
um julga,
um brinca,
um critica.
Um pedido,
um amor recém descoberto,
uma declaração de afeto.
Coelha confusa.

passado

Folheei o passado escrito em folhas
presenteadas a um velho namorado.
Lembrei do calor dos abraços,
dos beijos apertados
e do semblante de dor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

in the afternoon

Ele apareceu. Tremi, parecia que ia desmaiar. O que falar? Como agir? Se fosse seguir meu coração de melão doce, esqueceria tudo, falaria o quanto amava aquele penteado despenteado, aquele sorriso bobo. Correria, abraçaria, beijaria.
Mas por consideração a outrém, tentei parecer sólida, fria. Tentei ser menos passional e mais racional.
Queria olhar nos seus olhos. Ele respondeu tudo, disse da saudade. Acreditei. Oras, porque não acreditaria? Mas tinha que manter minha integridade, não poderia me entregar assim tão fácil. Mas ele não compreendeu o meu lado, saiu resmungado, irritado. De otário foi chamado por alguém.
Eu debulhei em lágrimas. Por que? O amava tanto!
Tudo doía. Agora sim, desmaiaria. Agora sim, não daria para esconder. Agora sim, havia perdido.
Medo foi o pior erro.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Love is a loosing game

Embalada por canções deprimentes da Amy, descobri que não posso confiar mais em você. Não posso mais confiar me mim e aquela luz que achei ser nossa, se apagou.
Engraçado, pois mesmo assim, continuo tendo em minha mente o teu rosto e em meu coração, o seu espaço.
Já passamos por isso mais vezes e mesmo assim, ainda dói. Ainda corroe, ainda machuca. Ainda sangra.
Pois, até ontem, você ainda era meu. Mas você partiu, me partiu em mais de um pedaço. Você ainda me amará amanhã? Deixará alguma prova de que foi verdadeiro?


Janis 4ever


To Love Somebody Janis Joplin
There's a light, certain kinda light,
Never ever, never shone on me, no, no.
Honey, I want, I want my whole life
To be lived with you, babe,
That's what I want oh, was to be
Living and loving you.

There's a way, oh everybody say
You can do anything, every thing yeah.
But what good, what good,
Honey, what good could it ever bring
'Cause I ain't got you with my love
And I can't find you babe, no I can't.

You don't know, you don't know what it's like,
No you don't, honey no you don't know,
You don't know what it's like
To love anybody.
Oh honey, I wanna talk about love
And trying to hold somebody
The way I love you babe,
And I've been loving you babe.

In my brain, oh I can see your face again,
I know my frame of mind, yeah.
But nobody, nobody has to ever be so blind,
Honey, like I did, I know I was blind,
Honey, I tell you that I was, I was very, very blind.
Oh but I'm just a girl,
Can't you just take a look at me and tell,
Tell that I live, honey I live and I breathe for you,
Don't you know I do!

But what good, what good,
Honey, what good could ever do
'Cause I ain't got you, that's all I've ever wanted,
And I ain't got you, babe, oh but I've been looking
'round.
But you don't know, you don't know what it's like,
No you don't, no, no, no, you don't know,
Honey, you don't know what it's like
Oh to love anybody.
Oh honey I wanna talk about
Trying to hold somebody when you're lonely
The way I loved you, baby,
And I just want you to know I tried.

Oh I know that there's a way
'Cause everybody came to me one time and said,
"Honey, you can do anything,
Every little thing," and I think I can.
Oh, but what good, what good,
Honey, what awfully good can it ever, ever bring,
'Cause I can't find you with my love,
And I can't find you babe, oh anywhere.

Oh, but you don't know,
You don't know what it's like,
No you don't and you never ever, ever did.
You don't know, honey,
You don't know what it's like
Oh, to love anybody.
Oh, honey I wanna talk about trying to hold you.

Oh baby, baby, baby, yeah,
But you don't know,
You don't know what it's like,
And you never ever, ever did,
I said I tried to throw my love around you
And I tried to help you darling.
But you never ever, no you never ever,
No you never ever, no you never ever,
I know that you know that
No you never ever, ever, ever,
Oh let me throw my love

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Qualquer semelhança não é mero acaso.

Estou aprendendo a viver sem você, não porque você não me quer mais. Mas a questão é que tu nunca existiu. Nunca preencheu o suficiente, nunca chorou d rir comigo, nunca morreu. Eu sempre acreditei que o amor fosse diferente, intocável, mais eu não te amo mais, não sinto a essência estranha do que a saudade, do que é a sinceridade.
Não pretendo te deixar completamente, apenas vou embora, e nunca mais voltarei. Mas saiba que estarei sempre contigo, pois não se trata de tempo, distancia, muito menos de um adeus. Alguns casais dependem sim da questão da companhia, isso é óbvio, eu sei. Mas nós não. Basta olhar pra qualquer lugar, basta respirar... Pronto! Estaremos juntos.
Quando te conheci, pensei que nunca mais precisaria de mais nada. Desisti de alguns sonhos, contornei outros. Deixei de assistir filmes de romances e sonhar com a mulher perfeita. Você não é perfeita, mas me alimenta da forma mais gostosa do mundo, que é o carinho.
. Eu sempre acordava depois das 14hs, depois que começamos tudo, fazia questão de acordar cedo, pra telefonar pra você, pra ir correndo ao seu apartamento e lhe dar um abraço, um beijo, sentir seu cheiro, comer alguma coisa do seu lado, escovar os dentes no seu banheiro...
Olhando para suas toalhas e chuveiro, fantasiando você ali comigo, ou simplesmente vendo tudo isso acontecer, e de fundo, Roads como um tiro certeiro. Roads como vício, como um sonho dentro de um sonho. Não é coincidência a minha indiferença, sou simplesmente a cópia do que faço.
No ultimo dia 31, quando fomos aquele restaurante no centro, você me pediu pra eu parar o carro, pois tinha algo pra me dizer, mas não disse nada, apenas olhou pra mim, respirou fundo, chorou e disse que agora podíamos ir. No dia eu não consegui entender muito bem, mas hoje eu entendo, pois percebi que não precisamos necessariamente dizer alguma coisa pra expressar o que queremos.
Apenas um olhar, um simples e mísero olhar explica por completo qualquer desejo, qualquer emoção, explica qualquer sentido. Claro, aprendi isso com você. E quem se importa? – Eu também aprendi a viver. Eu nunca encarei os defeitos como qualidades, nem os transformei em armadilhas.
Mas quando chegamos no restaurante, você foi diretamente ao banheiro, e eu entendi que era pra eu refletir e talvez entender o que se passou no carro, vi que não tinha jeito, eu tinha que entender... Mas eu não consegui, só pensava na saudade que eu senti por culpa dos minutos que você ficou longe. Meu amor, tudo é dor, e toda dor vem desejo de não sentirmos dor.
Mas o caminho é um só, e não se trata de você, ou de mim, se trata de nós... Trata-se de como continuaremos, já que os segundos congelam lentamente quando estamos sorrindo e, sinceramente: O mundo pertence a nós.



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Não me pertence, mas.. a pessoa sabe.
bjs